segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cenários Prospectivos - Evento SCIP

Transcrevo abaixo, a matéria publicada no portal Meta Análise sobre Cenários Prospectivos que saiu hoje:


SCIP Brasil discute prospecção estratégica e se prepara para evento internacional.
A SCIP Brasil, capítulo da SCIP Internacional (Strategic and Competitive Intelligence Professionals), com apoio da ADVS Brasil, realizou na sede da FIPE, em São Paulo, o 2º Encontro SCIP Brasil 2011. Com o tema “Cenários Prospectivos em Tempos de Incertezas”, o objetivo foi discutir os conceitos e aplicações práticas dos cenários na atual conjuntura econômica, em que boa parte das empresas enfrentam dúvidas sobre os melhores investimentos a médio e longo prazo.
O Encontro serviu também como aquecimento para o 3º SCIP Latin America Competitive Intelligence Summit, evento a ser realizado em outubro pela SCIP e que discutirá a Inteligência Competitiva e estratégica nos países emergentes, que ainda engatinham na aplicação desses conceitos. Palestraram no evento o principal do escritório brasileiro da Strategos, Denis Balaguer, e o especialista em planejamento estratégico e financeiro Fernando Cortezi.
Balaguer, que possui uma longa experiência em aplicação de cenários na Embraer, estatal brasileira de aviação, focou sua palestra nos conceitos de prospecção e no desenvolvimento de cenários. Segundo ele, o homem sempre teve a necessidade de antecipar os acontecimentos futuros e, de alguma forma, prever o futuro. No entanto, “as coisas costumam dar errado”.
O problema para as empresas, ainda mais em tempos de crise internacional, é saber o que fazer e como investir. Para isso, explica Balaguer, é preciso conhecer quem será o consumidor do futuro, além dos requisitos do mercado, as tecnologias que estarão disponíveis, as condições econômicas e o panorama social e político. “Quanto mais longe e mais distante no tempo, mais difícil fazer uma previsão acurada”, diz.
Segundo o executivo, levando em conta tantas variáveis é necessário ao responsável pela prospecção de cenários assumir que, qualquer que seja sua previsão, ela pode estar errada. “O critério de sucesso do nosso trabalho não é o acerto, mas sim o conforto do gestor na hora de tomar suas decisões”, explica. Assim, os cenários prospectivos partem da ideia de prever o futuro a partir de possibilidades.
O principal da Strategos Brasil também deu dicas para a formulação de cenários pelos profissionais de Inteligência. “Descubra o que é sucesso para seu decisor, para saber o que ele espera de você, comunique-se com ele de forma clara e desenvolva ao menos quatro cenários simples, pois esse número força uma decisão. Além disso, nunca elimine eventos extremos dos seus cenários, pois eles acontecem, e quando acontecerem é melhor que sua empresa esteja preparada.” Balaguer também ressaltou a importância de gerir as expectativas dos gestores por resultados e não desistir do trabalho, apesar das críticas. “Essas coisas demoram, não adianta esperar mágicas”, aconselha.
Fernando Cortezi falou, durante o Encontro, do uso de cenários prospectivos na Shell, empresa petrolífera multinacional na qual trabalhou na área de Inteligência. Segundo o especialista, assim como ocorreu na gigante de óleo e gás, é melhor começar a utilização de cenários para áreas específicas, como o setor de tecnologia, por exemplo.
O melhor momento para começar a usar cenários, diz Cortezi, é quando a demanda parte do topo da organização. “Dificilmente se consegue fazer uso realmente efetivo dos cenários quando a iniciativa parte de baixo para cima”, diz. Mesmo porque, explica ele, é necessário que haja um grande patrocinador da iniciativa na empresa, além de um networking interno e externo poderoso, para a coleta de informações importantes na hora da formulação dos cenários. “O papel da prospectiva não é acertar, mas embasar as decisões. Para isso, é necessário entender o problema e ter os dados necessários”, finalizou

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