segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Monitoramento Estratégico Competitivo

Quando estamos falando de Monitoramento Estratégico Competitivo estamos falando de um processo de Inteligência Estratégica, de Inteligência competitiva. As áreas a serem aplicadas, são as áreas que tem relações com o ambiente competitivo, preocupadas em entender e antecipar movimentos de players que impactam a atividade da empresa. Áreas relacionadas a clientes, a concorrentes, fornecedores, estratégia, governo, economia, jurídico, inovação, produto. Qualquer área da empresa, não é? Todas sofrem influência do ambiente externo e devem estar atentas a ele.

É abrangente, por um lado. Por outro lado deve se preocupar principalmente em antecipar movimentos e não ficar olhando o que aconteceu. Olhar para a frente.

Qualquer setor econômico que sofre com movimentações do ambiente, deveria ter um processo de monitoramento estratégico, de inteligência para não ser surpreendido.

Muitas vezes tem-se muito tempo antes que surja o impacto de um determinado movimento no ambiente, outras vezes não se tem muito. Quanto mais tempo se tem, mais fracos são os sinais de mudança e mais difícil captá-los e tratá-los. Por outro lado se tem mais tempo agir. Um concorrente pode estar se preparando há dois anos para entrar no mercado e já dar sinais disto. Uma tecnologia pode levar 50 anos para gerar impacto no mercado. O primeiro relógio a quartzo foi criado na década de 30. Somente na década de 70 se tornaram comerciais e quase destruíram o setor suíço de relógios pois desprezaram a nova tecnologia. Um dos grandes desafios do corpo decisório de uma organização é de que maneira levar em conta a importância dos sinais captados e como agir em tempo, de maneira antecipativa. Reagir depois que um concorrente já entrou, depois que já perdeu um cliente ou depois que a tecnologia está no mercado, é correr atrás do fato consumado. Pode ser tarde demais.

Inteligência Econômica na França

Estive na semana passada com o Sr. Alain Juillet, alto responsável de inteligência econômica do governo francês.

Acho que temos muito que aprender com a política francesa de inteligência econômica. Eles tem uma preocupação de atividade de inteligência voltada a ajudar as empresas nacionais a explorar o mercado internacional, tendo um processo de inteligência que ajude as empresas a penetrar em novos mercados, ou mesmo expandir nos mercados existentes. Quem está buscando fazer isto aqui no Brasil, no âmbito do governo? Talvez a APEX faça algo neste sentido.

O que é interessante também é que a maneira como os franceses veem a atividade de inteligência é adequada a este tipo de apoio. É uma abordagem mais abrangente que vai além da visão dos norte americanos de inteligência, que normalmente é muito mais centrada no acompanhamento de concorrentes.

Temos o que aprender com eles. Neste sentido, estou programando para o ano que vem levar meus alunos do curso de Monitoramento Estratégico Competitivo da FIA, para uma ida a Paris antes das aulas na cidade de Grenoble, para palestras com pessoas da área no governo e da câmara de comércio.