quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Psicoogia da Previsão

Vejam um vídeo bacana sobre previsão e percepção sobre o futuro. O que achei interessante é o que Dan Gilbert fala sobre nossas previsões. Não é que eventuais acontecimentos futuros não possam acontecer, mas nós desprezamos a possibilidade de acontecerem por falta de criatividade. Ou seja, precisa estimular a criatividade, induzir o pensamento criativo para imaginar futuros que não são tão implausíveis quanto pensamos. Eu costumo fazer isso através da indução criativa a partir da discussão sobre sinais fracos. Mas olhem o vídeo e digam o que acham:

http://www.ted.com/talks/dan_gilbert_you_are_always_changing

domingo, 26 de abril de 2015

Apple Watch - Todo mundo falando - Who cares? So what?

Sou fan dos produtos Apple. Mais um saiu. Um dia vou ter um. Não o da primeira geração. O número dois costuma ser bem melhor que o primeiro. Já aprendi quando comprei o iPad 1 ! Mas o que é esse aparelho? Gadget? Minha opinião? Mais uma revolução da Apple. Um produto que entra num novo setor, o dos relógios, o da moda. Os produtos da Apple sempre buscaram estilo. Um produto haut de game. Mais caros que os outros do gênero. Mas não eram acessórios de moda, até então. Entraram nessa, contrataram uma ex executiva da Burberry, criaram vários modelos de relógio indo de algo como 350 a 17.000,00 dólares. Talvez vendam muitos a esse preço. Talvez não vendam nenhum, mas fiquem na vitrine. Com 17.000,00, poderia comprar um Blanc Pain por exemplo (o mais baratinho, se comprar na Suíça). Pessoalmente, pelo que vi nas fotos, esteticamente são bonitos. Alguns podem querer gastar US$ 17.000,00. Eu pagaria 350 dólares se tiver as funções que procuro, se puder colocar apps (não tenho U$ 17.000,00 para um relógio de qualquer maneira). O público não imagino que seja o mesmo que gosta e compra um Omega, um Longines, um Tag Heuer, muito menos algum mais caro que esses. Mas…eles certamente não pararão por aí. Estão provavelmente só começando. Vi a foto do modelo dourado de US$ 17 mil (http://store.apple.com/us/buy-watch/apple-watch-edition?product=MKL52LL/A&step=detail). Parece bem bonito. Se me derem um vou usar! Caixa de ouro 18 k. Vão investir e criar em um novo mundo, o da moda. Tem recursos para isto. E agora, o céu é o limite. Estão entrando em um novo negócio e dentro de um setor que tem uma variedade de produtos infinitamente maior que o dos produtos exclusivamente tecnológicos. Você pode até tentar fazer com que um celular pareça um acessório de moda, por Swarovski na capa e vender caro ou mesmo pedras de brilhante. Quantos vão ligar para isto? Não se pendura celular no pescoço ou no pulso. Por enquanto ao menos. No entanto um relógio se pendura no pulso e mesmo no pescoço. E as possibilidades são infinitamente maiores. E a Apple sem dúvida sabe disto. Estou curioso para saber como pretende evoluir. Vai ficar nos relógios mais baratos que não passam de 500, 1000 dólares (isso é barato quando se entra no mundo dos relógios suíços)? Ou vai entrar mesmo no mercado de luxo, como estão dizendo na mídia? Esperar para ver. Se entrarem no mercado de luxo, tem muito espaço para evoluir o relógio esteticamente, ao que me parece até agora (só vi fotos, como todos nós). Enfim, a Apple sabe onde está pisando. Não sei se é no mercado de luxo. Não conheço marcas de relógios cujo preço em média varia de 350 a 17.000. Quero dizer, em média o mais caro 30 vezes mais que o mais barato. Veja por exemplo. Uma bolsa Louis Vuitton no Iguatemi, custa de 2 mil a 10 mil? Alguma de 15 mil? Não tem bolsa de 2 mil a 60 mil. Se for na Chanel, talvez tenha de 15 a 40 mil? Se você compra um Omega você começa a pagar seus 1000 dólares e vai até 5000, se tanto. Se comprar um Rolex talvez de 5000,00 a 12.000 dólares (não no Brasil, claro, onde os preços no mínimo dobram). Mas você não vai encontrar um Rolex de 100 mil dólares. Talvez alguma edição especial. Mas vai encontrar um Patek Philippe. Até mais caro. Qual a ideia então? Até onde a Apple irá realmente neste mercado? Um novo desafio. Li que é um produto que nasceu depois do Steven Jobs. De qualquer forma, vejo como um produto revolucionário, como foi o Iphone, como foi o Ipad. Quando lançaram o Ipad também fiquei pensando em como seria usado. Hoje uso bastante, mas nem percebi como seria na época. O Apple Watch pode servir como telefone. Claro que pode. Você não precisa por ele na orelha. Pode usar viva voz, pode usar um fone com bluetooth. Pode ter um GPS. Pode melhorar muito seu aspecto visual. Daqui a 5 ou 10 anos os primeiros Apple Watch vão ser vistos como aqueles relógios cebolões da Seiko que foram um sucesso há décadas e hoje são objetos esquisitos e velhos. Tenho certeza que numa versão 2 ou 3 ou 4 eles terão uma estética fantástica. Um relógio, no mercado de luxo é uma joia. Tem cara de joia. Não porque tem ouro em volta, ou brilhantes. Mas porque tem estilo. Tem também uma imagem de marca. “Você não é dono de um Patek Philippe, você apenas carrega ele para a próxima geração”. A marca tem mais de 170 anos. Um Patek Philippe não fica velho, não vai para o fundo da gaveta depois de dois anos, quando a bateria morrer. Nem tem bateria. É mecânico, como os melhores relógios hoje em dia. Claro, o público não é o mesmo, penso eu. Tenho um Omega quartzo que deve ter uns 25 anos. Segundo uma gentil vendedora na Suíça, ele já passou do tempo de uso. Segundo ela, um relógio a quartzo que aguentou 15 anos, aguentou bastante. Ao menos um Omega quartzo, ao menos segundo aquela vendedora. O meu já passou deste prazo, vou cuidando dele enquanto vive. Hoje os relógios para a vida a toda, voltaram a ser mecânicos. Isso mesmo, dar corda, ou automáticos, daqueles que dão corda quando você mexe o pulso. E a Apple, o que pretende? Até onde irá com seu novo brinquedo? Estou curioso para saber…