terça-feira, 25 de novembro de 2008

Matéria no Canal RH - 18 de novembro

Por Lucas Toyama

Com um mercado global cada vez mais competitivo, munir-se de informações como forma de se proteger e antecipar tendências tornou-se vital para a sobrevivência na selva corporativa. O crescimento da atividade de Inteligência Competitiva é prova irrefutável disso. Embora não haja números que comprovem essa expansão, executivos ouvidos pelo CanalRh foram unânimes em afirmar que percebem uma maior procura por trabalhos nessa área.

O conceito, surgido há apenas dez anos, pressupõe o processo sistemático e contínuo de coleta, gestão, análise e disseminação de informações para subsidiar o processo decisório da organização. E vem se difundindo com rapidez. Esse cenário despertou a atenção da academia, que começou a olhar com atenção para o assunto. É o caso da Fundação Instituto de Administração, da Universidade de Sà Paulo (FIA/USP).

De acordo com Fernando de Almeida, coordenador do departamento de monitoramento estratégico e competitivo, a grande mudança conceitual – acompanhada nesse curso – nos últimos anos é que o aspecto antecipatório da Inteligência Competitiva se intensificou. “No passado, não era raro encontrarmos empresas que usavam técnicas dessa área para entender o presente”, afirma. “Isso praticamente não existe mais, uma vez que as companhias, agora, querem e precisam ver o futuro, como forma de se antecipar e se preparar para ele”, complementa.

Para isso, muito mais do que um coletor de informações, o profissional do campo de Inteligência Competitiva deve ter competências para buscar dados que auxiliem a empresa a entender o mercado, a concorrência e outros players que impactem direta ou indiretamente seu negócio. “É importante salientar que o executivo que quer trabalhar nessa área não deve se contentar em elaborar relatórios e submetê-los à diretoria. A área de Inteligência Competitiva é cada vez mais estratégica e, por isso, não deve estar estanque e precisa ser um elemento relevante nos processos decisórios das corporações”, explica Alfredo Passos, consultor e professor da ESPM em Inteligência Competitiva.

Em termos práticos, alguns atributos são desejáveis para um profissional que deseja seguir carreira nessa área. Ele precisa ter ampla visão do ambiente onde atua – e predisposição para sempre ampliá-la --, conhecer todos os agentes do seu mercado, além de aspectos jurídicos, tributários e econômicos. Via de regra, esse trabalhador possui um apurado senso de estratégia, capacidade de articulação de idéias, de intuir e de interpretar e é analítico. “O executivo desse segmento tem que saber se relacionar, porque ele não poderá ficar isolado em seu departamento, colhendo informações apenas em documentos”, diz Almeida. “Ele precisa circular, ser conhecido e estabelecer sólidos relacionamentos com tudo quanto é tipo de público, seja ela interno ou externo”, emenda.

O professor acrescenta ainda que, hoje, devido a esse último aspecto, mais comportamental, a procura por alunos da área de humanas – sobretudo futuros administradores – tem aumentado bastante. O curso, que existe há apenas um ano, foi formatado na estrutura especialização Latus Sensu. A carga horária é de 460 horas, o que representa aulas duas noites por semana e um sábado por mês ao longo de um ano. Informações adicionais no site www.fundacaofia.com.br

Inteligencia nas empresas

Fiz esta entrevista no Canal RH que fala sobre o profissional de Inteligência: http://www.canalrh.com.br/Mundos/gestaocarreira_artigo.asp?o={2ADA8B0D-B52B-477F-9538-74C721A95C39}