domingo, 24 de agosto de 2008

Inteligência Econômica e a Petrobrás

Na última terça feira estive em uma palestra com Alain Juillet, "alto funcionário responsável por Inteligência Econômica do governo francês". O conceito de inteligência econômica não é reconhecido aqui no Brasil. Falamos de inteligência competitiva, uma visão mais restrita do ambiente competitivo, visão dos EUA, segundo o próprio Juillet que foca mais em concorrência. Segue a cartilha do Michael Porter. 
Os franceses tem uma visão mais ampla de inteligência. Vai para além do mercado buscando compreender o ambiente macro. Para os governos a necessidade de visão ampla do ambiente é evidente. Até aqui, sem novidades. Mas levar em consideração os conceitos de inteligência econômica significa preocupar-se em como anda a economia internacional e as ações de outros governos e preocupar-se também com as empresas estrangeiras e em como seus movimentos impactam na atividade nacional e nas empresas nacionais. Esse é um aspecto. Um aspecto análogo é preocupar-se com os movimentos das grandes empresas que se tornaram em muitos casos maiores que muitos países. Seus movimentos são críticos. A idéia da inteligência econômica é também haver uma preocupação de governo com os movimentos dessas empresas e como elas afetam o país. De alguma forma pode-se pensar em algo como a preocupação que alguns estão tendo com a Petrobrás, grande e poderosa. Isto é bom ou é ruim? Bom ou ruim para quem? O fato é que há um movimento de criação de uma segunda estatal do petróleo, o que querendo ou não divide o bolo da Petrobrás. Ao menos não deixa ela crescer tanto, divide poder. É uma das maneiras de ver a questão.

Enfin, não só o governo deve olhar o macro ambiente, mas as empresas também. Movimentos fora de seu mercado podem e normalmente afetam o negócio de uma empresa. Há que entendê-los, antecipá-los, agir a tempo, pro-ativamente.

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